04 fevereiro 2011

Novo Fiat Uno Way 1.0 mantém a fama de bonzão








Reinventar a pólvora não é uma tarefa fácil. Apesar disso, a Fiat recriou a força de atuação do “fantástico” Fiat Uno (leia-se uma sobrevida do Fiat Panda). Afinal, nem Giugiaro acreditaria que o Fiat Uno fosse durar tanto tempo assim.

O carrinho que é bem parecido com o antigo Panda europeu continua arrancando olhares simpáticos dos concorrentes e até dos transeuntes. O WebMotors reavaliou o Fiat Uno Way 1.0 durante uma semana. A ideia foi passar a limpo o que o carro tem de bom e de ruim. Que a reinvenção do Fiat Uno pegou, pegou sim. Basta acompanhar os números de vendas, onde o modelo aparece entre os primeiros da lista da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores). Tudo bem que há uma “pegadinha” nessa lista, tanto o Mille como o novo Uno são computados na mesma prancheta. A Volkswagen também utiliza o mesmo artifício com o novo Gol. O WebMotors já pediu para a VW separar o joio o trigo, mas a resposta foi negativa. O mesmo ocorre com a Fiat. Ambas se negam passar os números de desempenho dos velhinhos. Será que eles vendem mais que os novatos?

O Uno Way é um sucesso quando está no quesito admiração, mas o fardo maior do urbaninho simpático está no dia-a-dia. Por exemplo, o motor 1-litro de 73 cv (gasolina) e 75 cv (álcool) sofre para arrastar 895 kg (uma relação peso/potência de 11,5 kg/cv).

Durante as aferições rodoviárias do WebMotors foi comprovado que o Fiat precisa manter a rotação do motor em 3.000 rpm para se manter na velocidade máxima permitida. Na cidade, o hatch oferece mais desenvoltura e comprova porquê virou sinônimo de urbaninho. Segundo a Fiat, o modelo equipado com motor de 1-litro acelera de 0 a 100 km/h em 16,8 s quando está abastecido a gasolina e 15,8 s quando usa álcool.

O consumo de combustível divulgado pela Fiat para a versão Vivace (entrada) equipada com motor 1-litro é de 15,6 km/l (gasolina) e 10,5 km/l (álcool) no circuito urbano. Na estrada o número divulgado é de 20,1 km/l (gasolina) e 12,9 km/l (álcool). Já para a versão Way, também equipada com motor 1-litro, é de 14,3 km/l (gasolina) e 10,1 km/l (álcool) no circuito urbano; e de 18,2 km/l (gasolina) e 12,4 km/l (álcool) no cenário rodoviário. Com o WebMotors o Fiat Uno Way 1.0 abastecido a álcool fez 8,7 km/l na cidade e 12,8 km/l na estrada.

Apesar de oferecer detalhes que o induzem à condição fora-de-estrada, o Way não é um tanque de guerra. Sua altura de 1,83 m mostra maior robustez, mas deixa o carro com maior arrasto aerodinâmico. Ou seja, se ele fica mais pomposo visualmente, acaba ficando menos estável nas manobras mais arrojadas.

Canibalização dentro de casa

Quem perde com a chegada do novo Uno é o Palio. Em um rápido exercício de seguro, o Fiat Palio fica mais desvantajoso para o consumidor diante do Mille e Novo Uno. A prova da fatalidade do Palio fica nos números da Fenabrave. De acordo com o ranking de 2009, o Mille terminou em segundo lugar e o Palio em terceiro. Já o ranking de 2010 terminou com o Palio em 4º lugar e o Mille/Uno em segundo. Houve uma redução de 70 mil unidades de um ano para o outro. A prova da má fase do Palio está no lançamento de um novo Palio no segundo semestre de 2011. Tudo indica que até o nome “Palio” não será aplicado no novo modelo, segundo fontes internas da fabricante.

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